Estive de férias do dia 19/06/08 ao dia 25/06/08, inclusive, e só ontem de manhã é que recebi este email, pelo que, e na medida do tempo disponível, o qual já terminou a 23/06/08, abaixo envio o meu comentário sobre o método TRIZ. Talvez com mais algum tempo, quem sabe, pudesse produzir algo melhor.
Optei por dividir o comentário em duas partes:
1) Hoje em dia, com a necessidade de inovação permanente e
detecção/adaptação ás necessidades/desejos por parte dos clientes, torna-se cada vez mais importante reduzir o processo desde a geração da ideia à produção, do tempo de estudo dos problemas, testes, modelos…e das incertezas na produção e utilização. Este é um método que permite melhores resultados, redução de incertezas, rapidez de desenvolvimento, menores investimentos, e produção/venda das inovações (produto final), porque é baseado na lógica e nos dados, no estudo de processos patenteados, e tem uma abordagem algorítmica. Apesar de ser o mais adequado face à realidade actual, não significa que não tenha algumas limitações e possa ser complementado com outros. Falta-lhe o espaço para o talento e criatividade, necessariamente subjectiva e mais morosa no estudo e aplicabilidade, e com custos substancialmente superiores – até a NASA tem desde há já muitos anos orçamentos muito mais limitados e com objectivos mais concretos em termos de aplicabilidade imediata. Só com estes últimos é que serão possíveis
processos/inovações mais revolucionárias. Uma boa base das tecnologias actuais foram criadas nas décadas de 50/60, e actualmente, parte do que existe são adaptações/melhoramentos dessas tecnologias revolucionárias.
Está comprovado, pelos resultados, que este método é o melhor. Tendo por exemplo a empresa Qimonda AG, alemã, com fábrica em Vila do Conde, e que produz painéis fotovoltaicos e placas de silício, exportando 1.400 milhões de euros (nº1 da exportação em Portugal), mais do que a Auto-europa, e cujo principal segredo de sucesso é o mais rápido desenvolvimento de produtos e a sua produção/comercialização que os seus concorrentes. O processo de inovação e produção final é mais rápido, e faz-se com inovações incrementais. A concorrência produz o mesmo mas chega mais tarde ao mercado com perda de alguma vantagem.
Um exemplo de aplicação deste tipo de método, verifica-se por exemplo, ao nível das grandes empresas de software, e em concreto software de gestão. A Microsoft com o BAN e a IBM com o AS400???, desenvolveram a base e depois é só adaptá-la ao país / negócio em concreto – este é também o exemplo claro de Business Intelligence.
O espaço para a criatividade / subjectividade não deve ser negligenciado.
Deixo apenas algumas reflexões sobre este comentário:
“A genialidade é constituída por 1% de inspiração e 99% de transpiração” «Albert Einstein», mas também é verdade que o Homem e o símio partilham 99% do ADN, e por aqui se demonstra que o 1% é fundamental.
Transpondo para a culinária, não é a mesma coisa o bacalhau servido na Noruega e o português, que incorpora muita criatividade – Bacalhau à Brás, entre outras, que fazem a diferença – lampreia à bordalesa, camarão jumbo na chapa, com pimenta, alho, sal e limão.
Há décadas atrás o importante era o Quociente de Inteligência, actualmente já se fala também no Quociente de Inteligência emocional, que é mais subjectivo, embora alguns o considerem mais importante.
Existem métodos que apelam mais à criatividade mas nos negócios, os resultados contam cada vez mais e aí, o TRIZ leva claramente vantagem.
P.S.: A propósito do Pais Basco e da ETA, quem já leu (eu já) “For Whom the Bell Tolls”, do Ernesto, o outro que não o Guevara, poderá ter uma breve noção deste tipo de ódio de estimação.
O que é a TRIZ?
A TRIZ é uma criação de G. S. Altshuller, um brilhante pensador de origem judaico-russa, nascido em Tashkent, (Usbequistão) Rússia – Ásia Central, em 15 de outubro de 1926 e falecido em Baku, Azerbaijão, em 24 de setembro de 1998. É a Altshuller que se deve o mérito pela criação da TRIZ Clássica. A TRIZ é resultado de uma vida de trabalho de Altshuller, que começou a desenvolvê-la nos anos 40. TRIZ é a sigla russa para (transcrito para o nosso alfabeto como Teória Rechénia Izobretátelskih Zadátchi) e significa
Teoria da Resolução de Problemas Inventivos. De acordo com Altshuller, problemas inventivos são um tipo especial de problemas – aqueles que contém contradições. A sigla TRIZ somente surgiu nos anos 70, mas, acabou sendo adoptada internacionalmente.
Na definição de Savransky (2000): “TRIZ é uma metodologia sistemática, orientada ao ser humano, baseada em conhecimento, para a solução inventiva de problemas.”
A TRIZ é baseada em conhecimento porque:
– contém heurísticas para a solução de problemas, cujas fontes originais de informações são patentes;- faz uso de efeitos descobertos nas ciências naturais e na engenharia para
a solução de problemas;
– orienta o levantamento e utilização de conhecimentos referentes ao domínio do problema específico a ser solucionado.
A TRIZ é orientada ao ser humano porque suas heurísticas são para uso humano, não computacional. A TRIZ é especialmente eficaz na solução conceptual de problemas, na qual – pelo menos com a tecnologia actual – o computador não consegue competir com o cérebro humano.
A TRIZ é sistemática porque:
– contém métodos estruturados para orientar a solução de problemas; considera a situação problemática, a solução e o processo de solução como
sistemas.
A TRIZ é voltada para a solução inventiva de problemas porque, embora tenha
hoje aplicação nas mais diversas áreas do conhecimento (administração,
publicidade, artes), a TRIZ nasceu na engenharia e o propósito inicial de
seu criador era desenvolver um método para inventar.
Além de defini-la como metodologia, é possível entender a TRIZ em níveis
mais altos, como sendo uma filosofia, uma ciência ou como sendo o estudo da
excelência ou em níveis mais baixos, como um conjunto de métodos para a
formulação e resolução de problemas.
O carácter filosófico da TRIZ consiste nos seguintes fundamentos:
– idealidade, ou o conceito de que os sistemas (técnicos ou não) evoluem no sentido do aumento das funções úteis e da diminuição das funções inúteis e prejudiciais;
– contradição, ou o conhecimento de que uma das formas mais comuns de evolução dos sistemas técnicos é a resolução de contradições que o sistema continha;
– recursos, ou resolver o problema com o próprio problema (identificando e usando activamente elementos da própria situação problemática para resolver o problema);
– sistemática, que é a ideia de analisar dentro de um contexto que envolve tempo, espaço e interacções;
– funcionalidade, que consiste na modelagem de elementos concretos das situações problemáticas e das soluções na forma mais abstracta de funções.
Como ciência, a TRIZ vem se desenvolvendo mais recentemente, através de um nteresse cada vez maior dos meios académicos pela metodologia. Há diversas pesquisas em andamento envolvendo a organização da TRIZ como ciência e um número crescente de publicações relacionadas com a TRIZ em congressos e jornais.
A TRIZ como o estudo da excelência configura-se como a abstracção,
compilação e organização das melhores formas de resolver problemas na forma de estratégias e princípios. Isso aconteceu, primeiro, nas engenharias mais antigas (os primeiros estudos de Altshuller envolveram soluções da engenharia mecânica, civil, eléctrica e química) e, actualmente, acontece em todas as áreas do conhecimento (publicidade, artes, pedagogia, administração, etc.).
No nível da solução de problemas, a TRIZ oferece uma riqueza de ferramentas sem par em outras metodologias: matriz multicenário, operador tempo-tamanho-custo, modelagem com pequeninas pessoas espertas, método dos princípios inventivos, método da separação, análise de substância-campo, método das partículas, método da síntese energética, indicadores de efeitos,
tendências da evolução dos sistemas técnicos são algumas das ferramentas da TRIZ.
Por que utilizar a TRIZ?
A TRIZ é uma metodologia estruturada para inovação. Com ela, você não vai precisar contratar “gênios criativos” ou confiar somente nos processos intuitivos (como o famoso brainstorming, por exemplo) para solucionar seus problemas. Em poucas palavras, podemos dizer que o principal motivo para usar a TRIZ é que sai cada vez mais caro não utilizá-la. Para saber mais detalhes sobre isso, sugerimos ver a apresentação a seguir:
• Por que utilizar a TRIZ?
Método dos princípios inventivos
Um bom começo é iniciar o uso da TRIZ através do Método dos Princípios Inventivos (MPI). Embora não esteja na última versão da TRIZ desenvolvida por Altshuller, este é um método eficaz para a geração de ideias e, provavelmente, o método mais difundido. O artigo abaixo explica o método e contém exemplos de sua aplicação:
• DE CARVALHO, M. A. & BACK, N. Uso dos Conceitos Fundamentais da TRIZ e do Método dos Princípios Inventivos no Desenvolvimento de Produtos .
Anais do III CBGDP. Florianópolis, 2001.
Aqui, você pode encontrar a descrição dos parâmetros de engenharia, dos princípios inventivos e a matriz de contradições, para uso do MPI na prática:
• Parâmetros de engenharia e princípios inventivos
• Matriz de contradições
Mais informações sobre TRIZ
A TRIZ é muito mais do que o Método dos Princípios Inventivos. Ela consiste de uma base teórica e de instrumentos para a formulação e resolução de problemas.
Na Internet
Nos últimos anos, a quantidade de informação sobre TRIZ na internet cresceu enormemente. Há muitas coisas boas e outras nem tanto, como você mesmo pode verificar buscando “TRIZ” no Google, por exemplo. Seguem alguns links que podemos recomendar:
TRIZ Journal – contém artigos os mais diversos, inclusive sobre aplicações da TRIZ em processos de negócio. Como não é uma publicação revista pelos seus pares (“peer reviewed”), contém artigos de qualidade variável.
The TRIZ Experts – contém um “mosaico” da TRIZ e alguns artigos.
triz@topica.com – é a maior lista de discussão internacional por email a respeito de TRIZ. Boa parte dos maiores especialistas no assunto faz parte desta lista. Os arquivos da lista somente podem ser acedidos pelos associados.
Blog TRIZNIK – Triznik é uma pessoa envolvida com a TRIZ. Neste blog, são publicadas notícias sobre TRIZ no Brasil e no mundo.
Em livros
Os melhores livros para aprender TRIZ, actualmente, são os seguintes:
Altshuller, G. S. Innovation Algorithm . Worcester: Technical Innovation Center, 1999 (1a ed. russa, 1969).
Além de criador da TRIZ, Altshuller era um premiado escritor de ficção científica na antiga URSS. Neste livro, Altshuller apresenta o status da TRIZ de 1969 no seu estilo “quase-ficcional”, o que torna o livro uma leitura agradável, ainda que técnica. Contém muitos exemplos e exercícios.
Mann, D. Hands-On Systematic Innovation. London: Creax, 2001. Darrell Mann fez um excelente e extenso trabalho ao escrever este livro. Com o objetivo de oferecer “benefícios, não características”, o livro fornece um panorama completo da TRIZ. Também pode ser usado como um manual, para aceder informações sobre ferramentas específicas da TRIZ. Este livro está praticamente traduzido para o português e estamos à busca de editoras interessadas em publicar.
Salamatov, Y. P. TRIZ: The Right Solution at the Right Time – A Guide to Innovative Problem Solving. Hattem: Insytec, 1999.
Este livro apresenta um panorama geral da TRIZ e inclui muitos exercícios e exemplos de aplicação da TRIZ em áreas não tecnológicas, como, por exemplo, as artes. Também inclui uma parte referente ao Desenvolvimento da Personalidade Criativa (tema das últimas pesquisas de Altshuller). O estilo do autor lembra um pouco o estilo “quase-ficcional” de Altshuller. É uma leitura bastante agradável.
Savransky, S. D. Engineering of Creativity: Introduction to TRIZ Methodology of Inventive Problem Solving . New York: CRC, 2000.
O livro de Savransky foi o primeiro livro em inglês com uma abordagem científica da TRIZ. É uma obra acadêmica e sua leitura é árdua, mas, tem a vantagem de ser um livro muito completo, incluindo partes tradicionais da TRIZ e as pesquisas mais recentes.
Terninko, J.; Zusman, A.; Zlotin, B. Systematic Innovation: An Introduction to TRIZ (Theory of Inventive Problem Solving) . Boca Raton: St. Lucie Press,1998.
É um livro amigável e que faz o que promete: introduz a TRIZ e descreve todas as suas partes principais. Importante: inclui muitos exemplos.
É claro que também não podemos deixar de citar nosso livro (em parceria com Tz-Chin Wei e Semyon D. Savransky):
De Carvalho, M. A., Wei, T-C., Savransky, S. D. 121 Heuristics For Solving Problems . Morrisville: Lulu, 2003.
Este é um livro mais específico que os anteriores e versa sobre uma parte da TRIZ conhecida como as 121 heurísticas. Estas heurísticas incluem os princípios inventivos, mas, não se limitam a estes. As 121 heurísticas foram compiladas pelo pesquisador russo A. I. Polovinkin, com base em patentes, literatura técnica e na experiência prática de uma grande quantidade de inventores, engenheiros e técnicos. O livro inclui mais de 400 exemplos de soluções ligadas às 121 heurísticas, que foram coletadas pelos autores nos bancos mundiais de patentes. A combinação das heurísticas com as soluções fornece ao leitor ferramentas para a solução de seus problemas, associadas a
exemplos recentes de uso das mesmas.
TRIZ comments by Ernesto Pereira
Estive de férias do dia 19/06/08 ao dia 25/06/08, inclusive, e só ontem de manhã é que recebi este email, pelo que, e na medida do tempo disponível, o qual já terminou a 23/06/08, abaixo envio o meu comentário sobre o método TRIZ. Talvez com mais algum tempo, quem sabe, pudesse produzir algo melhor.
Optei por dividir o comentário em duas partes:
1) Hoje em dia, com a necessidade de inovação permanente e
detecção/adaptação ás necessidades/desejos por parte dos clientes, torna-se cada vez mais importante reduzir o processo desde a geração da ideia à produção, do tempo de estudo dos problemas, testes, modelos…e das incertezas na produção e utilização. Este é um método que permite melhores resultados, redução de incertezas, rapidez de desenvolvimento, menores investimentos, e produção/venda das inovações (produto final), porque é baseado na lógica e nos dados, no estudo de processos patenteados, e tem uma abordagem algorítmica. Apesar de ser o mais adequado face à realidade actual, não significa que não tenha algumas limitações e possa ser complementado com outros. Falta-lhe o espaço para o talento e criatividade, necessariamente subjectiva e mais morosa no estudo e aplicabilidade, e com custos substancialmente superiores – até a NASA tem desde há já muitos anos orçamentos muito mais limitados e com objectivos mais concretos em termos de aplicabilidade imediata. Só com estes últimos é que serão possíveis
processos/inovações mais revolucionárias. Uma boa base das tecnologias actuais foram criadas nas décadas de 50/60, e actualmente, parte do que existe são adaptações/melhoramentos dessas tecnologias revolucionárias.
Está comprovado, pelos resultados, que este método é o melhor. Tendo por exemplo a empresa Qimonda AG, alemã, com fábrica em Vila do Conde, e que produz painéis fotovoltaicos e placas de silício, exportando 1.400 milhões de euros (nº1 da exportação em Portugal), mais do que a Auto-europa, e cujo principal segredo de sucesso é o mais rápido desenvolvimento de produtos e a sua produção/comercialização que os seus concorrentes. O processo de inovação e produção final é mais rápido, e faz-se com inovações incrementais. A concorrência produz o mesmo mas chega mais tarde ao mercado com perda de alguma vantagem.
Um exemplo de aplicação deste tipo de método, verifica-se por exemplo, ao nível das grandes empresas de software, e em concreto software de gestão. A Microsoft com o BAN e a IBM com o AS400???, desenvolveram a base e depois é só adaptá-la ao país / negócio em concreto – este é também o exemplo claro de Business Intelligence.
O espaço para a criatividade / subjectividade não deve ser negligenciado.
Deixo apenas algumas reflexões sobre este comentário:
“A genialidade é constituída por 1% de inspiração e 99% de transpiração” «Albert Einstein», mas também é verdade que o Homem e o símio partilham 99% do ADN, e por aqui se demonstra que o 1% é fundamental.
Transpondo para a culinária, não é a mesma coisa o bacalhau servido na Noruega e o português, que incorpora muita criatividade – Bacalhau à Brás, entre outras, que fazem a diferença – lampreia à bordalesa, camarão jumbo na chapa, com pimenta, alho, sal e limão.
Há décadas atrás o importante era o Quociente de Inteligência, actualmente já se fala também no Quociente de Inteligência emocional, que é mais subjectivo, embora alguns o considerem mais importante.
Existem métodos que apelam mais à criatividade mas nos negócios, os resultados contam cada vez mais e aí, o TRIZ leva claramente vantagem.
P.S.: A propósito do Pais Basco e da ETA, quem já leu (eu já) “For Whom the Bell Tolls”, do Ernesto, o outro que não o Guevara, poderá ter uma breve noção deste tipo de ódio de estimação.
O que é a TRIZ?
A TRIZ é uma criação de G. S. Altshuller, um brilhante pensador de origem judaico-russa, nascido em Tashkent, (Usbequistão) Rússia – Ásia Central, em 15 de outubro de 1926 e falecido em Baku, Azerbaijão, em 24 de setembro de 1998. É a Altshuller que se deve o mérito pela criação da TRIZ Clássica. A TRIZ é resultado de uma vida de trabalho de Altshuller, que começou a desenvolvê-la nos anos 40. TRIZ é a sigla russa para (transcrito para o nosso alfabeto como Teória Rechénia Izobretátelskih Zadátchi) e significa
Teoria da Resolução de Problemas Inventivos. De acordo com Altshuller, problemas inventivos são um tipo especial de problemas – aqueles que contém contradições. A sigla TRIZ somente surgiu nos anos 70, mas, acabou sendo adoptada internacionalmente.
Na definição de Savransky (2000): “TRIZ é uma metodologia sistemática, orientada ao ser humano, baseada em conhecimento, para a solução inventiva de problemas.”
A TRIZ é baseada em conhecimento porque:
– contém heurísticas para a solução de problemas, cujas fontes originais de informações são patentes;- faz uso de efeitos descobertos nas ciências naturais e na engenharia para
a solução de problemas;
– orienta o levantamento e utilização de conhecimentos referentes ao domínio do problema específico a ser solucionado.
A TRIZ é orientada ao ser humano porque suas heurísticas são para uso humano, não computacional. A TRIZ é especialmente eficaz na solução conceptual de problemas, na qual – pelo menos com a tecnologia actual – o computador não consegue competir com o cérebro humano.
A TRIZ é sistemática porque:
– contém métodos estruturados para orientar a solução de problemas; considera a situação problemática, a solução e o processo de solução como
sistemas.
A TRIZ é voltada para a solução inventiva de problemas porque, embora tenha
hoje aplicação nas mais diversas áreas do conhecimento (administração,
publicidade, artes), a TRIZ nasceu na engenharia e o propósito inicial de
seu criador era desenvolver um método para inventar.
Além de defini-la como metodologia, é possível entender a TRIZ em níveis
mais altos, como sendo uma filosofia, uma ciência ou como sendo o estudo da
excelência ou em níveis mais baixos, como um conjunto de métodos para a
formulação e resolução de problemas.
O carácter filosófico da TRIZ consiste nos seguintes fundamentos:
– idealidade, ou o conceito de que os sistemas (técnicos ou não) evoluem no sentido do aumento das funções úteis e da diminuição das funções inúteis e prejudiciais;
– contradição, ou o conhecimento de que uma das formas mais comuns de evolução dos sistemas técnicos é a resolução de contradições que o sistema continha;
– recursos, ou resolver o problema com o próprio problema (identificando e usando activamente elementos da própria situação problemática para resolver o problema);
– sistemática, que é a ideia de analisar dentro de um contexto que envolve tempo, espaço e interacções;
– funcionalidade, que consiste na modelagem de elementos concretos das situações problemáticas e das soluções na forma mais abstracta de funções.
Como ciência, a TRIZ vem se desenvolvendo mais recentemente, através de um nteresse cada vez maior dos meios académicos pela metodologia. Há diversas pesquisas em andamento envolvendo a organização da TRIZ como ciência e um número crescente de publicações relacionadas com a TRIZ em congressos e jornais.
A TRIZ como o estudo da excelência configura-se como a abstracção,
compilação e organização das melhores formas de resolver problemas na forma de estratégias e princípios. Isso aconteceu, primeiro, nas engenharias mais antigas (os primeiros estudos de Altshuller envolveram soluções da engenharia mecânica, civil, eléctrica e química) e, actualmente, acontece em todas as áreas do conhecimento (publicidade, artes, pedagogia, administração, etc.).
No nível da solução de problemas, a TRIZ oferece uma riqueza de ferramentas sem par em outras metodologias: matriz multicenário, operador tempo-tamanho-custo, modelagem com pequeninas pessoas espertas, método dos princípios inventivos, método da separação, análise de substância-campo, método das partículas, método da síntese energética, indicadores de efeitos,
tendências da evolução dos sistemas técnicos são algumas das ferramentas da TRIZ.
Por que utilizar a TRIZ?
A TRIZ é uma metodologia estruturada para inovação. Com ela, você não vai precisar contratar “gênios criativos” ou confiar somente nos processos intuitivos (como o famoso brainstorming, por exemplo) para solucionar seus problemas. Em poucas palavras, podemos dizer que o principal motivo para usar a TRIZ é que sai cada vez mais caro não utilizá-la. Para saber mais detalhes sobre isso, sugerimos ver a apresentação a seguir:
• Por que utilizar a TRIZ?
Método dos princípios inventivos
Um bom começo é iniciar o uso da TRIZ através do Método dos Princípios Inventivos (MPI). Embora não esteja na última versão da TRIZ desenvolvida por Altshuller, este é um método eficaz para a geração de ideias e, provavelmente, o método mais difundido. O artigo abaixo explica o método e contém exemplos de sua aplicação:
• DE CARVALHO, M. A. & BACK, N. Uso dos Conceitos Fundamentais da TRIZ e do Método dos Princípios Inventivos no Desenvolvimento de Produtos .
Anais do III CBGDP. Florianópolis, 2001.
Aqui, você pode encontrar a descrição dos parâmetros de engenharia, dos princípios inventivos e a matriz de contradições, para uso do MPI na prática:
• Parâmetros de engenharia e princípios inventivos
• Matriz de contradições
Mais informações sobre TRIZ
A TRIZ é muito mais do que o Método dos Princípios Inventivos. Ela consiste de uma base teórica e de instrumentos para a formulação e resolução de problemas.
Na Internet
Nos últimos anos, a quantidade de informação sobre TRIZ na internet cresceu enormemente. Há muitas coisas boas e outras nem tanto, como você mesmo pode verificar buscando “TRIZ” no Google, por exemplo. Seguem alguns links que podemos recomendar:
TRIZ Journal – contém artigos os mais diversos, inclusive sobre aplicações da TRIZ em processos de negócio. Como não é uma publicação revista pelos seus pares (“peer reviewed”), contém artigos de qualidade variável.
The TRIZ Experts – contém um “mosaico” da TRIZ e alguns artigos.
triz@topica.com – é a maior lista de discussão internacional por email a respeito de TRIZ. Boa parte dos maiores especialistas no assunto faz parte desta lista. Os arquivos da lista somente podem ser acedidos pelos associados.
Blog TRIZNIK – Triznik é uma pessoa envolvida com a TRIZ. Neste blog, são publicadas notícias sobre TRIZ no Brasil e no mundo.
Em livros
Os melhores livros para aprender TRIZ, actualmente, são os seguintes:
Altshuller, G. S. Innovation Algorithm . Worcester: Technical Innovation Center, 1999 (1a ed. russa, 1969).
Além de criador da TRIZ, Altshuller era um premiado escritor de ficção científica na antiga URSS. Neste livro, Altshuller apresenta o status da TRIZ de 1969 no seu estilo “quase-ficcional”, o que torna o livro uma leitura agradável, ainda que técnica. Contém muitos exemplos e exercícios.
Mann, D. Hands-On Systematic Innovation. London: Creax, 2001. Darrell Mann fez um excelente e extenso trabalho ao escrever este livro. Com o objetivo de oferecer “benefícios, não características”, o livro fornece um panorama completo da TRIZ. Também pode ser usado como um manual, para aceder informações sobre ferramentas específicas da TRIZ. Este livro está praticamente traduzido para o português e estamos à busca de editoras interessadas em publicar.
Salamatov, Y. P. TRIZ: The Right Solution at the Right Time – A Guide to Innovative Problem Solving. Hattem: Insytec, 1999.
Este livro apresenta um panorama geral da TRIZ e inclui muitos exercícios e exemplos de aplicação da TRIZ em áreas não tecnológicas, como, por exemplo, as artes. Também inclui uma parte referente ao Desenvolvimento da Personalidade Criativa (tema das últimas pesquisas de Altshuller). O estilo do autor lembra um pouco o estilo “quase-ficcional” de Altshuller. É uma leitura bastante agradável.
Savransky, S. D. Engineering of Creativity: Introduction to TRIZ Methodology of Inventive Problem Solving . New York: CRC, 2000.
O livro de Savransky foi o primeiro livro em inglês com uma abordagem científica da TRIZ. É uma obra acadêmica e sua leitura é árdua, mas, tem a vantagem de ser um livro muito completo, incluindo partes tradicionais da TRIZ e as pesquisas mais recentes.
Terninko, J.; Zusman, A.; Zlotin, B. Systematic Innovation: An Introduction to TRIZ (Theory of Inventive Problem Solving) . Boca Raton: St. Lucie Press,1998.
É um livro amigável e que faz o que promete: introduz a TRIZ e descreve todas as suas partes principais. Importante: inclui muitos exemplos.
É claro que também não podemos deixar de citar nosso livro (em parceria com Tz-Chin Wei e Semyon D. Savransky):
De Carvalho, M. A., Wei, T-C., Savransky, S. D. 121 Heuristics For Solving Problems . Morrisville: Lulu, 2003.
Este é um livro mais específico que os anteriores e versa sobre uma parte da TRIZ conhecida como as 121 heurísticas. Estas heurísticas incluem os princípios inventivos, mas, não se limitam a estes. As 121 heurísticas foram compiladas pelo pesquisador russo A. I. Polovinkin, com base em patentes, literatura técnica e na experiência prática de uma grande quantidade de inventores, engenheiros e técnicos. O livro inclui mais de 400 exemplos de soluções ligadas às 121 heurísticas, que foram coletadas pelos autores nos bancos mundiais de patentes. A combinação das heurísticas com as soluções fornece ao leitor ferramentas para a solução de seus problemas, associadas a
exemplos recentes de uso das mesmas.
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